Ambientado em Londres na primeira metade da década de 1950, Phantom Thread traz um estilista da alta-costura como um de seus protagonistas. Com belas imagens, tecidos, apetrechos de costura e mãos que os trabalham com rigor dizem um tanto sobre a vida dele, mas a moda é pano de fundo. Lançado no Brasil como o título Trama Fantasma, o mais recente trabalho dirigido por Paul Thomas Anderson trata de obsessão, codependência e também amor. No papel do metódico artista está Daniel Day-Lewis, que declarou ser o último de sua carreira como ator. Os dois já haviam trabalhado juntos em There Will Be Blood, de 2007 (lançado por aqui como Sangue Negro). Ambos os filmes também tem Jonny Greenwood a cargo da trilha sonora. Fora de sua banda, Radiohead, o músico leva uma discreta carreira como compositor erudito e também já conta com sete trilhas no currículo. Quatro delas para filmes de Anderson: The Master (O Mestre), de 2012, e Inherent Vice (Vício Inerente), de 2014, além dos já citados. Essa ação entre amigos levou a dezenas de premiações pelo mundo. No Oscar, Phantom Thread teve seis indicações, e acabou levando o Prêmio de Melhor Figurino.

Para gravar a trilha de Phantom Thread, Greenwood contou com 60 músicos de dois conjuntos de peso: The Royal Philharmonic Orchestra e The London Contemporary Orchestra. Poucas vezes a música se ausenta do filme, e se sobressai quando carateriza as personagens, como nas faixas “House of Woodcock” e “Alma”. Como referência principal para a composição da trilha, Greenwood citou Bach: The Goldgberg Variations, um álbum de 1956 em que o pianista Glenn Gould dá um toque meio minimalista a peças barrocas. A conversa entre piano e cordas de Phantom Thread é por vezes de união e por vezes, separação, mas sempre incessante, sempre bela.

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